Departamento de Educação Infantil

Este é um espaço especialmente destinado para os professores da Educação Infantil, da rede Municipal de São Vicente, para que possamos compartilhar conhecimentos e refletir sobre nossa prática docente.


"Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre."

Paulo Freire


sábado, 20 de abril de 2013

"Projeto Horta na Escola Despertando Habilidades, Trabalhando Valores"




“Nada do que vivemos tem sentido se não tocarmos o coração das            pessoas”
                                                                                      
                                                                                                               Cora Coralina



                                                                                                                                                            
               

   
      O Departamento de Educação Infantil propõe as unidades escolares o Projeto Horta na Escola Despertando Habilidades, Trabalhando Valores a fim de que os educadores possam trabalhar conceitos que irão além da colheita de alimentos plantados pelos alunos. A proposta é também o plantio de valores que deverão permear a vida dos envolvidos.





A HORTA
(Rubem Alves, em "O Quarto do Mistério")

Horta como o lugar
onde crescem as
coisas que, no
momento próprio,
viram saladas,
refogados, sopas e suflês.
Também isso. Mas não só.
Gosto dela, mesmo
que não tenha nada
para colher.
Ou melhor: há sempre
o que colher, só que
não para comer.
Pois é, horta é algo mágico, erótico,
onde a vida cresce
e também nós, no que plantamos.
Daí a alegria.
E isso é saúde,
porque dá vontade de viver.
Saúde não mora no corpo,
mas existe entre o
corpo e o mundo -
é o desejo, o
apetite, a nostalgia,
o sentimento de
uma fome imensa
que nos leva a desejar o mundo inteiro.


                O projeto consiste em inserir atividades lúdicas e práticas de forma pedagógica no cotidiano escolar. As atividades envolvem as crianças da Educação Infantil por acreditar que nesta fase os alunos memorizam com mais facilidade os aprendizados e que, possivelmente, serão lembrados para toda vida.
                “Sendo a escola o ambiente propício para o processo educativo, o professor é o membro central da equipe de saúde escolar pois, além de ter maior contato com os alunos, está envolvido na realidade social e cultural de cada discente e possui uma similaridade comunicativa”. (Ministério da Educação, 2010).
                A partir do século XXI, mediante as transformações sociais, as quais a humanidade está tentando adaptar-se, muitas coisas mudaram. São muitos os conceitos que eram considerados certos e que foram tomados como errôneos ou simplesmente caíram em desuso. Contudo, mudança nem sempre simboliza melhoria. Sabemos que a industrialização trouxe muitos prejuízos à saúde da vida moderna e, junto com ela vieram os hábitos cômodos de alimentar-se de forma mais prática e que exija menor esforço. Assim sendo, enlatados, embutidos e congelados conquistaram multidões de pessoas apressadas ou acomodadas.
                Entretanto, o velho prazer de cultivar o alimento até que ele chegue à mesa, tornou-se uma prática desconhecida por muitos. É comum entre cidadãos a total quanto os métodos de cultivo e produção de alimentos. Pouco se sabe sobre tais atividades. Diante de uma conduta social pré-estabelecida, lembramos as palavras de Paulo Freire (1980) ao afirmar que somente a conscientização comporta ao indivíduo a capacidade de ir além ao analisar a realidade de forma espontânea. A consciência conduz ao conhecimento da realidade a ponto de intervir para muda-la.
                Segundo Petrônio (2004), a formação da consciência só é possível a partir da reflexão, associação e exploração da realidade. Assim sendo, para que aconteça um processo de conscientização é necessário que haja contato com diversos pontos de vista a cerca do mesmo objeto de análise.
                Conhecer a composição e a origem dos alimentos a serem consumidos pode fazer a diferença na vida da crianças e refletir nos hábitos de uma cultura mais cuidadosa. “O que se faz agora com as crianças é o que elas farão depois com a sociedade”. (Karl Mannheimvy).
DICAS DE LEITURA
·        Verdura? Não! - Claire Llewellyn e Mike Gordon - Scipione
·         As viagens dos alimentos - Janaína Amado Luiz Carlos Figueiredo - Atual
·         A greve das hortaliças  - Regina Sormaani Ferreira - Paulinas
·         A vida da minhoca - Rosicler Martins Rodrigues  - Moderna
·         O Sanduíche da Maricota  - Avelino Guedes - Moderna
·         Nhac- nhac! De onde vem a comida? -  Micch Manning e Brita Granstrom - Àtica
·         Que horta -  Tatiana Belinky - Paulus
·         Bruxilda e a pirâmide dos alimentos  - Arlette Piai -  Elementar
·         O verde e a vida  - Sônia Marina Muhringer Heloísa Gebara  - Àtica
         
   

sábado, 13 de abril de 2013

Escrita espelhada, o que fazer?


Pessoal!!
A matéria a seguir é muito interessante, pois constantemente nos deparamos com esta fase da escrita dos nossos pequenos, dessa forma é importante compreendê-la e saber como oportunizar situações para superar esta etapa.

               Escrita espelhada, o que fazer?


      Quando as crianças iniciam a escrever suas primeiras palavras ou números, a sensação dos pais é indescritível. É um processo de autonomia, um ritual de passagem evidenciando uma nova etapa na vida da criança... É uma gracinha ver aquelas mãos tão delicadas iniciando seus traçados...
    Ao compor suas primeiras escritas elas mostram-se portadoras de inúmeras experiências, desejos, anseios e dinâmicas particulares de aprendizado. Vygotsky (1998) destaca que a escrita tem significado para as crianças, desperta nelas uma necessidade intrínseca e uma tarefa necessária e relevante para a vida.
      Entretanto, na medida em que esta escrita avança é comum que elas evidenciem letras ou números espelhados...algumas já estão lá por volta dos 7 anos e ainda mantém esta característica e por que será que fazem isso?

     Em primeiro lugar é importante ressaltar que espelhar letras e números é normal, pois a criança está em processo de construção da escrita. Para que ela tenha o entendimento, que nós adultos temos que a escrita inicia da esquerda para a direita (no caso da cultura ocidental), algumas noções anteriores ao papel devem ser bem trabalhadas. A aquisição da escrita é posterior à aquisição da linguagem e posterior a um nível específico de maturidade motora humana.
     Conforme Esteban Levin (2002: 161), o ato da escrita em si, não depende somente do ato biológico, mas de toda uma estrutura que provém do sistema nervoso central,
[...] o que escreve é um sujeito-criança, mas, para fazê-lo, necessita de sua mão, de sua orientação espacial (lateralidade), de um ritmo motor (relaxamento-contração), de sua postura (eixo postural), de sua tonicidade muscular (preensão fina e precisa) e de seu reconhecimento no referido ato (função imaginária).
     Conforme manual de neurologia infantil, autoria de Diament (2005), a partir dos 7 anos que a criança começa a consolidar a noção de direita e esquerda, bem como encontra-se em fase de maturação de áreas visoespaciais, portanto é perfeitamente normal ainda apresentar algumas trocas  na direção de suas escrita, pois estão em processo de aprendizagem, sistematizando suas hipóteses e consolidando noções importantes em aspectos neurobiológicos, porém, alguns alunos espelham palavras e frases inteiras, característica da disgrafia. No entanto, isso não significa que as crianças que espelham letras e números apresentem disgrafia, mas se no final deste ano, após todas as intervenções pedagógicas terem sido realizadas, visando a “escrita correta” das palavras, faz-se necessário uma avaliação mais detalhada.
       Dehaene (2012) nos mostra que a capacidade de reconhecer as figuras simétricas faz parte das competências essenciais do sistema visual, porque permite o reconhecimento dos objetos independentemente da sua orientação, por esse motivo  que quando uma criança aprende a ler tem que “desaprender” a generalização em espelho para que possa compreender a diferença entre as letras “b” e “d”.  A maioria das crianças passa por uma fase de escrita em espelho tendo geralmente ultrapassada esta dificuldade por volta dos 8 anos. Entretanto, cabe ressaltar que algumas das crianças que apresentam escrita espelhada são canhotas.
      A identificação de uma imagem na sua forma simétrica, confusão esquerda-direita, também é frequente, no nosso sistema visual (Dehaene 2007).
       No entanto, na sala de aula existem professores que consideram respostas erradas quando os alunos escrevem palavras ou números espelhados, por isso se faz necessário esclarecer que antes de considerar certo ou errado, a direção desta escrita, é preciso realizar atividades que propiciem a lateralidade, com certeza no processo de alfabetização devemos sempre questionar a criança sobre como poderia melhorar aquilo que fez, procurar fazê-la tomar conhecimento do que fez e como o fez, mas também como deveria fazê-lo. Numa perspectiva neurocientífica Guaresi (2009) enfatiza que:
     A criança tem que manipular um repertório de  habilidades motoras finas e complexas concomitantes com dados sensoriais (conteúdo visual),  um processo que envolve muitas funções cerebrais, tais como atenção, memória, percepção  (integração e interpretação de dados sensoriais), entre outras. O processo de aprendizagem da  escrita envolve, entre outros aspectos, a integração viso-espacial, ou seja, visualizar o que está  sendo apresentado, localizar o lápis, acomodá-lo de forma satisfatória na mão, direcioná-lo ao  caderno e iniciar a sequência de movimentos numa tentativa de escrita. Com o tempo e o reforço das redes sinápticas correspondentes, este processo será automático, ou seja, não  precisará de monitoramento cerebral constante para execução da tarefa e a criança terá  condições de aumentar o nível de complexidade.

       Novos estudos apontam que existem três domínios principais que precisam ser ensinados para que uma pessoa tenha autonomia no ato de escrever: o domínio linguístico, o domínio gráfico e o de conceitos de letra e texto. A escrita  como um sistema organizado manifesta nossa capacidade de simbolizar.  É complexo e sua aquisição demanda o domínio das várias dimensões que o compõe, por exemplo, além da segmentação, as crianças precisam adquirir no domínio gráfico, noções de esquerda para a direita, de cima para baixo.
          Portanto, a neuropsicopedagogia não lida apenas e diretamente com o problema de aprendizagem, mas com todos os processos metacognitivos que fazem com o ser humano venha a ter melhores condições de aprendizagem. Nesse sentido é importante lembrar que os alfabetos expostos em sala de aula, não deveriam ser em E.V.A, pois na maioria das vezes, apresentam somente a letra script maiúscula, sendo que no mundo letrado, não é somente este tipo de escrita que a criança encontra, muito menos deveriam conter formas de “bichinhos, bonequinhos”, pois isto também acarreta em confusão para a criança que se encontra em processo inicial do traçado das letras. Ela precisa visualizar a estética correta da escrita, e se possível que neste alfabeto seja sinalizado por setas indicando por onde começar esta escrita. A mesma sugestão é válida para o traçado de números. No entanto, antes de sistematizar a escrita “no papel”, diversas outras atividades envolvendo o corpo devem estar bem desenvolvidas, pois tudo que sentimos através do nosso corpo, torna-se mais significativo e é nesse sentido que seguem algumas sugestões de atividades:


Jogo de orientação espacial:


Dependendo da idade da criança, pode-se colocar uma fita no braço, ou perna sinalizando o lado direito (ou esquerdo). Coloca-se no chão algo delimitando o espaço, por exemplo 3 colchonetes. A criança fica posicionada no colchonete do meio, e o professor diz: direita (ele deve passar para o colchonete correspondente), esquerda ou meio. Também, após terem dominado estas noções,  pode ser colocado outros 3 colchonetes na frente da criança, sendo que outra participe da atividade, demonstrando que ao se posicionarem uma frente a outra, o ato de pular para a direita de uma, irá mostrar-se diferente do ato de pular para a direita de outra.



Atividades com balão:


Tentar manter o balão no ar, somente batendo nele com a mão direita, depois somente com a mão esquerda.






Brincar de Robô:

Uma criança é o robô, e seu parceiro é o guia. Auxiliados pela professora, combinam sinais de movimentação do robô. Por exemplo, se o guia tocar o lado esquerdo da cabeça do robô, esse vira para a esquerda; se tocar o lado direito, vira à direita; se tocar o alto da cabeça, o robô abaixa, e assim por diante. Algum tempo depois, invertem-se os papéis, sendo que o guia vira robô, e o robô vira guia. Depois disso, a brincadeira é feita com deslocamentos. As duplas combinam os sinais de movimentação. Por exemplo, um toque na parte de trás da cabeça é sinal para o robô ir adiante; um toque nos ombros é sinal para que ele pare.



Brincar de espelho:


Inicialmente cada aluno faz as atividades sozinhos, ou seja, a professora diz, mostrar a mão direta, colocar o pé esquerdo ao lado da cadeira, colocar a mão esquerda no olho esquerdo, encostado no cotovelo direito  no joelho direito, e ir dizendo várias situações. Mas para brincar de espelho, cada um ficará de frente a um colega e deverá seguir as instruções dadas pela professora, porém localizando no outro.


Que letra é essa?

Nas costas do aluno o professor faz com o dedo uma letra e o mesmo deve dizer qual é.
Caminhar sobre as letras:
No chão, fazer o traçado de letras ou palavras e os alunos devem caminhar sobre as mesmas, seguindo a ordem que o traçado deve ser feito.

Escrita com água:
Os alunos podem molhar o dedo na água e vir ao quadro passar o dedo sobre o traçado das palavras.

Escrita na areia:
No chão, escrever com o dedo, ou palito de picolé, o traçado de palavras.

Modelagem de palavras:
Usando argila ou massa de modelar, escrever palavras modelando letra por letra.


Referência Bibliográfica:
BOSSA, Nádia. Dificuldades de Aprendizagem: o que são e como tratá-las. Porto Alegre: ARTMED, 2000.
DEHAENE, Stanislas. Os Neurônios da Leitura: Como a ciência explica a nossa capacidade de ler. Porto Alegre: Penso, 2012.
DIAMENT, A. CYPEL,S. Neurologia Infantil, 2005, p. 78
GUARESI, Ronei. Etapas da aquisição da escrita e o papel do hipocampo na consolidação de
elementos declarativos complexos. Letrônica, Porto Alegre v.2, n.1, p. 189, jul. 2009.
LEVIN, Esteban.  A Infância em Cena. Petrópolis: Ed. Vozes, 2002-
LIMA, Elvira Souza .Coleção Cotidiano na Sala de Aula. Ed Inter Alia, São Paulo

Fonte: http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br acesso em 28/03/2013



sábado, 6 de abril de 2013



Desenvolvimento de Projetos e Renovação da Prática Pedagógica

 

      Quando falamos em educação, independente de onde esta ocorra ou sob quais condições, é necessário pensarmos que nossa intenção é educar e, educar seres humanos. O que isto significa? Significa que estamos “dialogando” com seres que pensam, sentem, fazem e são; seres que já pensavam antes de entrarem na escola ou no espaço para o qual foram para aprender.

                Torna-se um desafio para os formadores transformarem a ação de ensinar em uma ação de aprender, em criação de possibilidades para a construção do conhecimento, abandonando a transferência deste para os alunos. É preciso que desde o início do processo de formação, vá ficando cada vez mais claro que, “embora diferentes entre si, quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado”.
                Ou seja, todos são aprendizes no processo, enquanto aprendemos também ensinamos e enquanto ensinamos também aprendemos, apesar das diferenças entre alunos e professores, nenhum se reduz à condição de objeto, um do outro.
                Surge, então, a necessidade de novas maneiras de se pensar em educação, respeitando os alunos como ser em seus estilos de aprendizagem e em seu eu, mas para isso é importante que o educador conheça a si mesmo e descubra seus próprio modo de aprender para que possa compreender e respeitar verdadeiramente os seus alunos.
                A escola deve construir seu Plano Pedagógico Escolar coletivamente e dentro das diretrizes de uma Educação para a cidadania, para a criatividade, para a vivência da democracia e da liberdade. Que nele os jovens possam encontrar o caminho da construção de uma sociedade mais justa e digna de ser vivida por todos os brasileiros.
                Sendo assim, acredita-se que uma das estratégias rica para construir essa escola esteja na adoção de uma metodologia de Educação por projetos. Porque os projetos permitem articular as disciplinas, buscam analisar os problemas sociais e existenciais e contribuir para a sua solução por meio da prática concreta dos alunos e da comunidade escolar.
               











                O trabalho através de projetos permite uma aprendizagem por meio da participação ativa dos educandos, vivenciando as situações-problema, refletindo sobre elas e tomando atitudes diante dos fatos. E que ao educador compete resgatar as experiências do educando, auxiliá-lo na identificação de problemas, nas reflexões sobre eles e na concretização dessas reflexões em ações.
                Para implantar a metodologia de projetos em uma escola deve-se ter clareza sobre as mudanças que vão ocorrer e sobre como deve ser um projeto, pois em toda a Unidade Escolar é necessária a mudança na metodologia de trabalho que irá afetar todos os envolvidos no processo.
                As mudanças assustam, mas se fazem extremamente necessárias no âmbito do trabalho pessoal e coletivo. E ainda cabe a cada escola organizar seus modelos metodológicos para colocar em ação os levantamentos já feitos e analisados, e criar seus próprios caminhos.
                Quando se fala de aprendizagem por projetos surge logo a inquietação sobre o currículo, grade curricular de conteúdos, porém, se o educador souber integrar os momentos de transmissão de informações às atividades que buscam estimular a busca de soluções lógicas, que possam ser utilizadas no dia-a-dia, esta aprendizagem será eficaz e significativa. Logo, os currículos precisam ser adequados à realidade de cada escola, em seu conjunto, e em sala de aula, a cada aluno. O currículo escolar deve prestigiar a construção do conhecimento de forma global e não o trabalho linear dos conteúdos.
                Os temas gerais dos projetos, seus conteúdos específicos e a maneira como eles são desenvolvidos não devem ser propostos apenas pelo educador ou por pessoas que não estejam diretamente envolvidas no trabalho. Trata-se de uma ação coletiva envolvendo educador, educando, instituição e comunidade.
                A escolha dos temas e dos conteúdos específicos a serem trabalhados é de responsabilidade de todos e deve ser pensada de forma a contemplar a realidade do educando, a sua cultura e remeter a uma reflexão sobre Cidadania, gerando ações possíveis de serem viabilizadas. Um Projeto deve nascer de curiosidades ou temas que interessem a um grupo de estudantes que necessitam de informações diversificadas.
                Estes temas, em função da sua abrangência e quantidade de dados que geram, levam as crianças a estabelecer relações entre informações de diferentes áreas, favorecendo a interdisciplinaridade. Um projeto deve surgir de uma problemática.
                Para o desenvolvimento integral do aluno faz-se necessário criar um ambiente desafiador e aberto a questionamentos, que instigue a curiosidade, mobilize seus conhecimentos, mostre suas lacunas e os estimule a eliminá-las, possibilitando a reflexão e compreensão para julgamento crítico e articulado próprio de um cidadão consciente, autônomo e transformador. Assim, um projeto visando o aprender vai ser gerado pelos conflitos relacionados ao conhecimento particular do aluno.


                E é a partir de seu conhecimento prévio, que o aprendiz vai se movimentar, interagir com o desconhecido, ou com novas situações, para se apropriar do conhecimento.

                     Num projeto, a quem pertence as dúvidas que vão gerar o projeto? Quem está interessado em buscar respostas? Deve ser a própria criança, enquanto está em atividade num determinado contexto, em seu ambiente de vida, ou numa situação enriquecida por desafios.
                Quando o aprendiz é desafiado a questionar, quando ele se perturba e necessita pensar para expressar suas dúvidas, quando lhe é permitido formular questões que tenham significação para ele, que surgem de sua história de vida, de seus interesses, seus valores e condições pessoais, então ele passa a desenvolver competências para formular e equacionar problemas.
                Quem consegue formular com clareza um problema, a ser resolvido, começa a aprender a definir as direções de sua atividade. Os professores e alunos são instigados a pesquisarem, a buscarem respostas. E o conhecimento é construído por meio da cooperação, ou seja, um interagindo com o outro. Todas as informações trazidas devem ser analisadas criteriosamente, buscando significados de acordo com o proposto inicialmente.
                Na aprendizagem, se há o incentivo da curiosidade, da vontade de aprender, o grupo age ativamente, o conhecimento é adquirido-construído, o professor é o orientador e o aluno é agente do processo. Os alunos aprendem buscando soluções, fazendo levantamentos, questionando e aplicando o que aprendem.
                Sendo assim, somente a posição crítica do aluno aliada a um processo de investigação também crítico permite ir além da impressão imediata da realidade e construir, no pensamento, o conhecimento concreto e significativo.
                No desenvolvimento de projetos é importante trabalhar em parceria com os alunos na construção cooperativa do conhecimento, promovendo-lhes a fala e o questionamento e considerando o conhecimento sobre suas realidades e experiências, para construir um saber significativo e criar condições que lhes proporcionem uma abertura para novas situações; a liberdade de escolha quanto às direções a seguir; o resgate de valores e a conquista do seu espaço na sociedade; a descoberta do estilo individual de vencer obstáculos; a elevação de sua auto-estima.




                É importante criar espaço para que os aprendizes possam ter autonomia para desenvolver suas aprendizagens, colaborando entre si, com respeito mútuo, com liberdade e com responsabilidade, promovendo a troca de experiências entre eles. Criar oportunidades para que possam avaliar periodicamente seus próprios comportamentos no grupo e na sociedade em que estão inseridos, através de rodas de conversas e trabalho em equipe na busca e seleção das informações e solução dos problemas.
                A interação entre os participantes é um ponto de importância relevante para o desenvolvimento de uma dinâmica de trabalho na qual as ações dos aprendizes possam ser desenvolvidas com autonomia e com a consciência de que estão assumindo um compromisso de colaborar com o processo de aprendizagem de seus parceiros.
                Durante todo o desenvolvimento das atividades devem ser observados a capacidade de analisar e depurar as informações obtidas no processo de reconstrução da aprendizagem e o trabalho de parceria entre os interagentes.
                Isto talvez seja mais importante que qualquer outra razão para que os educandos se liguem a uma atividade. É pela curiosidade e pelo desejo de saber mais que eles são motivados e preparados para terem iniciativa e confiança na sua capacidade de construir uma ideia própria sobre um assunto, assim como exprimir seu pensamento com convicção e consciência.

Autora: Graziela Maria de França, formada em Pedagogia e Pos Graduada em Educação Especial, trabalho com alfabetização e adoro o que faço.




Sugestões de dinâmicas e brincadeiras para brincar com os pequenos utilizando o tema PÁSCOA.




Chicotinho queimado com ovos!




Idade: 3 - 12 anos
Material: Mini ovos de chocolate (no mínimo 1 por criança)
Objetivo: Associar palavras. Realizar trabalho em equipe. Compreender o jogo competitivo.

Jogando:
Dividir as crianças em duas ou mais equipes.
Esconder os mini ovos em diversos locais.
Informar às crianças se estão perto ou longe dos ovos.
Quente: perto
Frio: longe.
Os ovos encontrados serão colocados em cestas. A equipe que recolher mais ovos será a vencerdora.
Ao final juntar todos os ovos e distribuir para as crianças.


Corrida da colher com ovos de Páscoa.


Idade: 3 - 12 anos
Material: Ovos pequenos de chocolate (no mínimo 1 por criança), colher (1 por equipe), cones (1 por equipe), cestos (1 por equipe) giz.
Objetivo: Executar habilidades motoras fundamentais de locomoção e estabilização. Realizar trabalho em equipe. Compreender o jogo competitivo.

Jogando:
Dividir as crianças em duas ou mais equipes arrumadas em colunas.
Marcar a linha de saída com giz. Colocar na extremidade oposta os cones.
As colunas devem ficar atrás da linha, um cesto com ovos de chocolate deverá ser colocado ao lado da primeira criança.
A criança que estiver na frente deverá pegar um ovo na cesta, colocar na colher e condizir, o mais rápido possível até dar a volta pelo cone e retornar para sua equipe, entregando a colher para o próximo da coluna. E assim sucessivamente. A equipe que terminar primeiro será vencedora.
Ao final cada criança fica com o ovo que usou na brincadeira.


Revezamento do Coelhinho


Idade: 3 - 8 anos
Material: Giz, cones (ou outros materiais para marcar)
Objetivo: Executar habilidade motora fundamental de locomoção (saltar). Realizar trabalho em equipe. Compreender o jogo competitivo.

Jogando:
Dividir as crianças em duas ou mais equipes. Marcar com o giz a linha de saída/chegada e com os cones o ponto de retorno.
As equipes deverão permanecer em colunas atrás da linha. Ao sinal a primeira criança, de cada equipe, deverá sair saltando como um coelhinho até o cone contorná-lo e retornar até a linha, onde a próxima criança iniciar é o processo, até a última.
Vence a equipe que terminar primeiro.

Variações:
Para deixar mais fácil:

  1. Permitir que o coelho salte da forma que a criança achar melhor.
Para deixar mais difícil:
  1. Saltar com os pés unidos
  2. Saltar com impulso
  3. Saltar com os dois pés
  4. Saltar de costas

O Salto do Coelhinho

 
Idade: 3 - 8 anos
Material: Giz (ou outro material para marcar)
Objetivo: Executar habilidade motora fundamental de locomoção (saltar distância) e estabilização (equilíbrio dinâmico).

Jogando:
Demarcar duas linhas. As crianças deverão saltar de uma linha para a outra, como se fossem coelhinhos. Aumentar a distância entre as linhas conforme forem conseguindo executar a tarefa.



O Rabo do Coelho

Idade: a partir de 3 anos.
Material: Cartolina com o desenho de um coelho da páscoa, de costas. Pom-pom feito de lá ou outro material. Fita crepe. Venda.
Objetivo: Executar habilidade motora fundamental de locomoção e estabilização. Melhorar a noção de espaço.

Jogando:
Fixar a cartolina com o desenho em uma parede para que fique ao alcance dos participantes. Colocar fita crepe no pom-pom.
Solicitar que o participante observe a figura.
Vendar o participante.
Girar o participante vendado, deixando-o de frente para a cartolina. Ele deverá colar o rabo do coelho no local adequado.